O advogado e o alentejano

O advogado e o alentejanoUm advogado todo tio "da linha de Cascais", vai caçar patos para o Alentejo.
Dá um tiro, acerta num pato, mas o bicho cai dentro da propriedade de um
   lavrador.
Enquanto o advogado saltava a vedação, o lavrador chega no tractor e
  pergunta-lhe o que estava ele a fazer.
O advogado respondeu:- Acabei de matar um pato, mas ele caiu na sua terra e agora vou buscá-lo.
O velhote responde:- Esta propriedade é privada, por isso nã pode entrar.
O advogado, indignado:- Eu sou um dos melhores advogados do país. Se não me deixa ir buscar o pato eu processo-o e fico-lhe com tudo o que
   tem!
O lavrador sorriu e disse:- O senhor nã sabe como é que funcionam as coisas cá no Alentejo?
Nós resolvemos estas pequenas zangas com a Regra Alentejana dos Três
   Pontapés.
Primeiro eu dou-lhe três pontapés;
depois você dá-me três pontapés;
e assim sucessivamente até um de nós desistir!
O advogado já se estava a sentir violento há um bocado, olhou para o velho e pensou que era fácil dar-lhe uma carga de porrada.
Por isso, aceitou resolver as coisas segundo o costume local.
O velho, muito lentamente, saiu do tractor e caminhou até perto do advogado.
O primeiro pontapé, dado com uma galocha 43 bem pesada, acertou directamente
   nas bolas do advogado, que caiu de joelhos e vomitou.
O segundo pontapé quase arrancou o nariz do advogado.
Quando o advogado caiu de cara, com as dores, o lavrador apontou o terceiro
   pontapé aos rins, o que fez com que o outro quase desistisse.
Contudo, o coração negro e vingativo do advogado falou mais forte.
Ele não desistiu, levantou-se, todo ensanguentado, e disse:
- Bora, velhote! Agora é a minha vez!
O lavrador sorriu e disse:- Nah! Eu desisto!  Leve lá o pato!